quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Contos Eróticos



 Nesta noite, o Grupo Freya contou com a audição do conto O despertar da Bela adormecida, de Anne Rice, para nos acompanhar durante a sessão. Pela viagem erótica estabelecida pelo conto, percorremos também a poesia erótica - as palavras a traduzires o sensual e o sexual e a proporcionarem imagens no nosso imaginário. A juntar a isto, a música  e todo o ambiente envolvente foram elementos a utilizar como embelezamento e provocação fantasiosa da nossa libido
A certa altura, enquanto decorria o conto, pedimos ao público que vendasse os olhos, quem quisesse, e que retirasse a venda quando sentisse essa necessidade.
Para completar a noite, uma atuação que envolvia o erotismo entre duas pessoas que se iam conhecer.
No final assistiu-se ao tema I wanna be loved by you, tocado pelo guitarrista Rodrigo Schulz e a atriz Eunice da Silva.

A proposta foi mostrar a temática do erotismo, nas suas diversas formas e pensar até onde vai o erotismo e como cada um de nós o sente e o percepciona.

Qual a sua definição de erotismo? Onde está, para si, o limite entre o erotismo e a pornografia? Quais os sentidos mais despertos nestes casos?

O convite foi bem aceite, o público aderiu. Houve momentos em que certas pessoas se encontraram com uma motivação erótica naquela noite, outras que se sentiram ora confortáveis, ora desconfortáveis e outras que chegaram a rir, por graça ou nervos.
O que interessa é que a missão foi cumprida, estimulando os vários sentidos do público e fazendo-os procurar o erotismo para eles (tanto a definição, como a experiência) a refletirem sobre tal.

















Aqui fica o vídeo:



sábado, 4 de janeiro de 2014

HUM, HUM, HUM (Espetáculo a partir de excertos d'A Cantora Careca de Eugène Ionesco)


22 de Novembro, no mesmo sítio, Zazou, apresentámos a peça indicada no título.
Mais uma vez, de ávida e pressionada preparação, conseguimos em 3 semanas fazer um espetáculo que estivesse bom, ao nosso gosto, ao gosto do público.
O riso era contagiante, no ensaio desta peça. Era impossível não rir com as caretas, os gestos, os lapsos, deixas, buchas, fosse o que fosse dava para rir, pois tinha era absurdo, nada fazia sentido. Claro que fazia. Não por fazer rir que algo não tem sentido. A crítica, a mensagem estava lá e o humor também. E nós gostamos e somos bons a mexer com o humor, sem retirar a mensagem a transmitir.

O problema era encurtar a peça de maneira que fosse dentro do tempo estimado e que houvesse tempo para preparar tudo bem. Fosse pequena mas boa!

É uma peça que o público demora mais a entender, que nem tudo tem de ser preto no branco, que nem tudo é piada rápida, que nem sempre a mensagem está ali à vista, superficial e direta. No entanto, o público acabou por rir e por compreender, por gostar e achar curto.
O público não é burro, apenas não andam a exercitar muito o cérebro, mas burro não é.

Nesta obra procura-se fazer transparecer o absurdo da existência através da comédia. Existe muito mais “sentido” nas palavras “sem sentido” que estas personagens trocam: elas são a demonstração clara do profundo abismo que existe entre as pessoas, o distanciamento, as falhas de comunicação, a frieza nas relações humanas. Ionesco fala-nos de solidão, de mediocridade e do vazio da humanidade por meio de situações corriqueiras ridículas e banais.  É num ambiente quotidiano de “um casal Inglês que habita uma casa Inglesa em Inglaterra” que tudo se desenrola – trata-se do encontro entre os Smith e os Martin. Entre conversas banais e com pouco sentido até palavras desarticuladas que se limitam a sons e um crescente clima de violência, a peça vai-se desenvolvendo. Com A Cantora Careca é uma peça de vivência obrigatória recheada de cenas memoráveis que obrigam o espectador a activar todos os mecanismos sensitivos para captar o sentido (ou não) que não exista (ou exista) em cada frase.

Uma peça para repetir, definitivamente!

















Aqui fica o vídeo também :)