Decidimos começar com nada mais, nada menos do que William Shakespeare! Complicado? Impossível? Difícil? Provocador? Má escolha? Desafiante? Boa pontaria? Bom, chega de interrogações retóricas. O autor é dos melhores, nutríamos e nutrimos um grande amor por ele e resolvemos avançar pouco a pouco, pois não havia prazos de apresentação.
A peça escolhida foi a comédia The taming of the shrew - A fera amansada.
![]() |
| Filipas, Rui, Sérgio, Sandra, a tentar amansar a fera |
Lemos e relemos, relemos e lemos, jogávamos com a cena, inventávamos infinitas maneiras de abordar o tema. Apesar de passado um ano começarmos a ouvir e a ver esta ideia muito usada, o conceito de Cabaret foi divertido de encenar e brincar com ele e não tínhamos ainda visto ninguém colocá-la da maneira que estávamos a colocar. Isto sem querer afirmar que a ideia era original e nova, nada disso, e tínhamos perfeita noção que alguém, em alguma parte do mundo já a tinha feito. Mesmo assim avançámos.
Neste começo ainda não tínhamos a visão global de ganhar já dinheiro, de como vender um projecto e outras tantas coisas que no mercado de trabalho é preciso ter em conta. Apenas disfrutámos dos ensaios, das reuniões, do rir e jogar em cena.
Todavia, estamos a findar Maio e quase com um pé em Junho, que calor em Évora! Já se sente a subida de temperatura. É costume, todos os anos, realizar-se a Feira de S. João em Évora.
Uma boa oportunidade surgiu para mostrar o grupo e o nosso trabalho, ou vontade em o ter, e de longe A fera amansada estava amansada!
Tratámos de tudo para participar na feira e que nos foi pedido, além de num dia específico fazermos uma peça de teatro, foi para fazermos de mimos pelo recinto da feira, incentivando o público a dirigir-se ao espaço jovem, um espaço destinado às produções artísticas e culturais dos jovens da cidade.
Aceitámos o desafio. Tal como foi escrito no primeiro post, a tendência deste grupo, desde início, sempre foi a de aceitar os desafios propostos e equilibrar a vontade do desafiador com a nossa vontade.
A juntar à nossa momice feirante, resolvemos cozinhar deliciosos e lindos cupcakes e vendê-los na feira, enquanto mimos. Ideia que fez um sucesso enorme. Éramos já 10 na altura e vendíamos cupcakes de tarde e de noite até ao acabar da feira desse dia. E de madrugada ou de manhã fazíamos mais e mais e mais.
Era uma animação mimar a feira e colocar em prática a área da confeitaria. Já nem nos lembramos o porquê dos cupcakes...
Escusado será dizer que A fera amansada ficou por amansar, não havia tempo para trabalhar bem na peça e não valia a pena fazer algo à pressa e correr o risco de sair mal.
Resolução: Cada um andava a trabalhar monólogos e diálogos nas aulas de voz da faculdade e resolvemos levar alguns
para apresentar na feira. Correu tudo bem, como sempre corre. O que foi um pouco mau é amenizado pelo que foi um pouco melhor e tudo equilibra.
![]() |
| O jogo cénico |
Com muita pena nossa, não voltou a surgir a oportunidade de voltar à fera nem ao Shakespeare. Mas... ele está à nossa espera, sabemos disso, não fugirá de nós se tivermos de o fazer através do grupo.
Esta foi a primeira apresentação do Grupo Freya ao público, algo que nos deu muito prazer a fazer ao longo de dez dias e que deu muitos frutos: laços de amizades mais aprofundados entre os colegas e o público, divulgação, experiência, cansaço, divertimento, dinheiro, não podíamos ter sido melhor introduzidos em Évora.



Sem comentários:
Enviar um comentário