domingo, 1 de dezembro de 2013

Aujourd'hui, mes amis, Paris!

Como prometido, hoje falaremos sobre a nossa estadia em Paris.

A ida a Paris ocorreu por diversos motivos: em Évora as coisas não estavam a correr bem, para quem acredita, parece que o mundo estava a enviar sinais cada vez mais fortes para irmos embora. A nossa colega do Grupo Freya, que também fez grupo connosco no projecto de fim de semestre abandonou-nos 4 dias antes da estreia na faculdade com esse mesmo projecto de semestre, sem falar connosco; tínhamos um enorme projecto para concretizar - explorar um café em Évora, fazendo daquilo também um espaço para espetáculos, não deu certo devido a burocracias e devido à velhice da senhoria; e além de estarmos cansados da rotina, de alguns problemas com o curso e com algumas pessoas de lá, tínhamos falta de dinheiro e em Évora não dava para ganhar na nossa área tão bem como desejávamos (já se tinham passado 2 anos após a formação do grupo).
Por todas essas razões e com a infelicidade que sentíamos resolvemos mudar de vida, cortar as amarras do passado. Queríamos vir para Lisboa, começar a trabalhar mais, a investir mais e a aprender outras coisas que Évora não ensinava.

Passear e estudar áreas de actuação. Sérgio com o seu antigo cabelo branco.
Antes da mudança lisboeta, precisávamos de sentir algo de muito diferente, um extremo oposto daquilo que vivíamos. Descansar, aproveitar, conhecer, arriscar. A ideia surgiu de voar até Paris, sem saber quanto tempo ficar.
Tratou-se de tudo, pedimos dicas a uma ex-professora e amiga do Sérgio, dos tempos da escola secundária e lá fomos nós.
O Sérgio estava nervosíssimo, nunca tinha andado de avião! A Eunice estava entusiasmada (tão entusiasmada que até dormiu na viagem!) Tudo correu bem e tudo correu como era esperado correr, inclusive o taxista chinês ter-nos cobrado 65 euros do aeroporto até ao hotel.

Ficámos hospedados numa zona de estudantes, onde tudo é mais barato. Conseguíamos refeições até mais baratas que em Évora. E livros..... 0,25 cêntimos... (não eram novos, mas estavam em maravilhoso estado), DVD'S a 3 euros (originais, novinhos), em cada esquina um cinema com a sua temática, teatros, monumentos (aqueles que todos já conhecemos de ouvir e mais e mais).

Podia aqui falar de muitas maravilhas, mas o tema não é esse, mas referi-las não custa: a simpatia das pessoas, a energia nos espaços verdes, as músicas francesas que nós não ouvimos por aqui, as casas e prédios de uma pedra linda, os seus telhados. Tudo parecia mais vivo e entendo perfeitamente que o facto de se ser turista exponencia tudo e nos leva a ver o paraíso, onde para os habitantes de lá deve ser um caos. Claro que também existem stress, poluição e tudo o que de mau há nas grandes cidades, mas uma pessoa de fora tende a olhar para o melhor.

1º jardim onde cantámos, que frio! Sophie.
O que fazer para não falir e ganhar algum dinheiro? Aposto que todos os nossos leitores têm interesse nesta resposta, mas vos garanto que foram golpes de sorte amigos, não há aqui só talento, não aqui contactos, não aqui empenho ou luta, há sim sorte ou, para quem acredita, destino. Experimentámos cantar na rua - deu certo. fado na rua, franceses na rua, dinheiro no chapéu. poesia nos jardins - certíssimo. poesia em várias línguas, um pouco de flauta e franceses nos jardins - dinheiro no chapéu. Fizemos também algumas mini-cenas, diálogos de teatro nesses jardins e praças, conseguimos fazer algumas coisas também para emigrantes portugueses e ainda algumas actuações num cafezinho (que se calhar, indo lá de novo, já não sabemos onde fica). Mas sempre, sempre havia público e havia dinheiro, o que nos aliviou a alma por compreender que o público ir ver-nos e dar-nos dinheiro só acontece em determinados sítios e que o mal talvez não estivesse em nós (ou só em nós), mas sim em Évora.
Aqui o difícil era inovar em pouco tempo, ensaiar bem em pouco tempo, pois fomos para lá sem nada preparado e tínhamos, ou queríamos, apresentar todos os dias algo novo. Havia actuações que não foram das melhores devido à falta de tempo e também aos pouco materiais ou quase até inexistentes. Mas em geral todos gostaram e nós adorámos, correu tudo bem, numa média final.

Um mal que já está a ser curado (e este blog é uma das provas disso) é o descuido em divulgar, registar, filmar e fotografar, temos sidos desleixados porque temos deixado tudo correr e apahado as oportunidades e Paris não foi excepção.
Temos recebido algumas filmagens caseiras de certos portugueses que nos viram e temos tentado editá-las e publicá-las.

Passaram-se lá quase 3 semanas, uma experiência óptima, algum dinheiro no bolso, mas a vida tinha de continuar. Aquela sensação que o tempo parou, mas não parou, apenas estamos parados, no hotel a ganhar dinheiro para nos manter e juntar algum, mas sentimos e sabemos que não podemos continuar assim porque não estávamos a evoluir, nem a aprender nada. Decidimos ir a Évora buscar tudo e ir investir no Grupo Freya para Lisboa. Era um risco que tínhamos de correr e ainda bem que o fizemos, sentimos que tudo estava a acontecer no jeito certo. E aqui chegámos em Março deste ano, em vez de ser com "uma mão à frente e outra atrás" era com muitas malas à frente e muitas malas atrás.

Paris ficou para lá do avião, mas não esquecida, queremos lá voltar, quiça ficar mais tempo. Veremos o que acontece no futuro. ;)
Hino a Pã, de Aleister Crowley, traduzido por Fernando Pessoa. Sérgio diz este poema como um ritual que vai crescendo. Começa como murmúrios e segredos e acaba como uma exortação ao deus Pã. Pesquisem sobre Pã e claro sobre o autor, um grande mestre do ocultismo e da metafísica.


Vamos começar a deixar em cada post nosso o nosso link do facebook do nosso Grupo, para se atualizarem e falarem mais directamente connosco! Até amanhã! https://www.facebook.com/freya.grupo

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