A ida a Paris ocorreu por diversos motivos: em Évora as coisas não estavam a correr bem, para quem acredita, parece que o mundo estava a enviar sinais cada vez mais fortes para irmos embora. A nossa colega do Grupo Freya, que também fez grupo connosco no projecto de fim de semestre abandonou-nos 4 dias antes da estreia na faculdade com esse mesmo projecto de semestre, sem falar connosco; tínhamos um enorme projecto para concretizar - explorar um café em Évora, fazendo daquilo também um espaço para espetáculos, não deu certo devido a burocracias e devido à velhice da senhoria; e além de estarmos cansados da rotina, de alguns problemas com o curso e com algumas pessoas de lá, tínhamos falta de dinheiro e em Évora não dava para ganhar na nossa área tão bem como desejávamos (já se tinham passado 2 anos após a formação do grupo).
Por todas essas razões e com a infelicidade que sentíamos resolvemos mudar de vida, cortar as amarras do passado. Queríamos vir para Lisboa, começar a trabalhar mais, a investir mais e a aprender outras coisas que Évora não ensinava.
| Passear e estudar áreas de actuação. Sérgio com o seu antigo cabelo branco. |
Tratou-se de tudo, pedimos dicas a uma ex-professora e amiga do Sérgio, dos tempos da escola secundária e lá fomos nós.
O Sérgio estava nervosíssimo, nunca tinha andado de avião! A Eunice estava entusiasmada (tão entusiasmada que até dormiu na viagem!) Tudo correu bem e tudo correu como era esperado correr, inclusive o taxista chinês ter-nos cobrado 65 euros do aeroporto até ao hotel.
Ficámos hospedados numa zona de estudantes, onde tudo é mais barato. Conseguíamos refeições até mais baratas que em Évora. E livros..... 0,25 cêntimos... (não eram novos, mas estavam em maravilhoso estado), DVD'S a 3 euros (originais, novinhos), em cada esquina um cinema com a sua temática, teatros, monumentos (aqueles que todos já conhecemos de ouvir e mais e mais).
Podia aqui falar de muitas maravilhas, mas o tema não é esse, mas referi-las não custa: a simpatia das pessoas, a energia nos espaços verdes, as músicas francesas que nós não ouvimos por aqui, as casas e prédios de uma pedra linda, os seus telhados. Tudo parecia mais vivo e entendo perfeitamente que o facto de se ser turista exponencia tudo e nos leva a ver o paraíso, onde para os habitantes de lá deve ser um caos. Claro que também existem stress, poluição e tudo o que de mau há nas grandes cidades, mas uma pessoa de fora tende a olhar para o melhor.
| 1º jardim onde cantámos, que frio! Sophie. |
Aqui o difícil era inovar em pouco tempo, ensaiar bem em pouco tempo, pois fomos para lá sem nada preparado e tínhamos, ou queríamos, apresentar todos os dias algo novo. Havia actuações que não foram das melhores devido à falta de tempo e também aos pouco materiais ou quase até inexistentes. Mas em geral todos gostaram e nós adorámos, correu tudo bem, numa média final.
Um mal que já está a ser curado (e este blog é uma das provas disso) é o descuido em divulgar, registar, filmar e fotografar, temos sidos desleixados porque temos deixado tudo correr e apahado as oportunidades e Paris não foi excepção.
Temos recebido algumas filmagens caseiras de certos portugueses que nos viram e temos tentado editá-las e publicá-las.
Passaram-se lá quase 3 semanas, uma experiência óptima, algum dinheiro no bolso, mas a vida tinha de continuar. Aquela sensação que o tempo parou, mas não parou, apenas estamos parados, no hotel a ganhar dinheiro para nos manter e juntar algum, mas sentimos e sabemos que não podemos continuar assim porque não estávamos a evoluir, nem a aprender nada. Decidimos ir a Évora buscar tudo e ir investir no Grupo Freya para Lisboa. Era um risco que tínhamos de correr e ainda bem que o fizemos, sentimos que tudo estava a acontecer no jeito certo. E aqui chegámos em Março deste ano, em vez de ser com "uma mão à frente e outra atrás" era com muitas malas à frente e muitas malas atrás.
Paris ficou para lá do avião, mas não esquecida, queremos lá voltar, quiça ficar mais tempo. Veremos o que acontece no futuro. ;)
Hino a Pã, de Aleister Crowley, traduzido por Fernando Pessoa. Sérgio diz este poema como um ritual que vai crescendo. Começa como murmúrios e segredos e acaba como uma exortação ao deus Pã. Pesquisem sobre Pã e claro sobre o autor, um grande mestre do ocultismo e da metafísica.
Vamos começar a deixar em cada post nosso o nosso link do facebook do nosso Grupo, para se atualizarem e falarem mais directamente connosco! Até amanhã! https://www.facebook.com/freya.grupo
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